Índice
glicêmico e sua importância para os esportistas
Dentre os principais
objetivos da dieta e da nutrição adequada para os esportistas, estão a melhora
do rendimento físico, a recuperação adequada dos estoques de energia e a
melhora da composição corporal, reduzindo a fadiga e permitindo que o atleta
treine por mais tempo, recuperando-se melhor entre os treinos.
Em uma dieta equilibrada, os
carboidratos constituem a maior parte da ingestão energética. Mesmo pequenas no
organismo, as reservas de glicogênio são importantes durante períodos de jejum
e também durante exercícios prolongados e extenuantes, nos quais a glicose e os
ácidos graxos são oxidados a fim de fornecer energia para a contração muscular.
Os carboidratos da dieta são
divididos em três grupos principais: os monossacarídeos (glicose e frutose), os
dissacarídeos (sacarose, lactose e maltose) e os polissacarídeos (carboidratos
complexos, fibras). Dentre as principais funções dos carboidratos, a que merece
atenção entre os esportistas é a produção de ATP, considerada a principal fonte
de energia do organismo.
Os carboidratos devem ser a
principal fonte de energia da dieta para o organismo, já que quando oxidados,
liberam uma grande quantidade de energia, importantíssima para a a execução dos
exercícios e para a contração muscular.
Após a ingestão, os carboidratos
são digeridos até serem transformados em glicose (como são levados para as
células), sendo armazenados na forma de glicogênio principalmente no fígado e
nos músculos, a fim de serem utilizados quando o organismo necessite de
energia. Porém, os estoques de glicogênio são limitados e reduzem durante o
exercício, justificando a necessidade de repor estas reservas de energia
através do adequado consumo de carboidratos, levando em consideração sempre seu
Índice Glicêmico.
O indice glicêmico foi
desenvolvido, com o objetivo de avaliar o efeito dos carboidratos sobre a
glicemia sanguínea, devido o organismo não digerir e não absorver os
carboidratos na mesma velocidade. É o tempo que determinado alimento leva para
se transformar em glicose no nosso organismo, alimentos que são digeridos e
absorvidos rapidamente (como a batata inglesa), se transformam rapidamente em
glicose, levando à liberação de insulina e favorecendo o deposito de gordura.
De acordo com estudos, quando
mais intenso for o exercício físico, maior será a dependência em relação aos
carboidratos como combustíveis. Quando o consumo de carboidratos é
insuficiente, a performance física fica reduzida, principalmente a anaeróbica,
ou seja, atletas de força ou de provas de curta duração precisam se atentar
mais ainda ao consumo de carboidratos, já que a utilização do glicogênio
muscular é extremamente rápido nestas modalidades.
CURIOSIDADE: os estoques de glicogênio nunca
chegam a zerar durante o exercício. Quando a ingestão é inadequada e a reserva
é baixa, pode ocorrer a utilização do próprio tecido muscular como fonte de
energia, o que é temido por todos. Neste momento que o rendimento do atleta
pode ser beneficiado com o consumo de uma fonte exógena de carboidrato,
retardando sua fadiga.
Os maiores estoques de glicogênio
são obtidos quando há o consumo de carboidratos de alto índice glicêmico,
aqueles que são rapidamente absorvidos e logo fornecem energia para as células.
Mas qual
tipo de carboidrato consumir em cada parte do treino?
Pré
treino - O mais indicado é consumir
alimentos de baixo a moderado índice
glicêmico, pois não deve haver um aumento súbito da glicose sanguínea
minutos antes de iniciar o exercício. Pois isso causa uma liberação de insulina
excessiva, a qual atrapalharia a liberação adequada de hormônios fundamentais
no momento da atividade física (como glucagon e cortisol).
Durante
o treino - Indicado consumir alimentos de médio a alto índice glicêmico, pois na
hora do exercício os hormônios presentes na corrente sanguínea inibem a ação da
insulina, fazendo com que consigamos absorver a glicose dentro das células ,
através de uma ação metabólica estimulada pelo exercício, e que independe da
ação da insulina.
Pós treino
- Após o exercício, é excelente
consumir alimentos de alto índice
glicêmico, a fim de inibir a ação dos hormônios presentes na corrente
sanguínea (Glucagon e Cortisol) e estimular a produção de insulina par repor os
estoques de carboidratos presentes no fígado e nos músculos, o glicogênio, que
tem o papel de levar o músculo ao processo de recuperação muscular.
LEMBRE-SE: a digestão de qualquer tipo de
carboidrato, independente do índice glicêmico, inicia pela boca, portanto,
mastigue muito bem os alimentos para facilitar sua digestão e melhorar sua
absorção.
A
tabela abaixo demonstra o Índice glicêmico de alguns alimentos:
Índice Baixo
|
Índice Moderado
|
Índice Alto
|
Maçã
|
Suco de
laranja c/ água
|
Isotônico
|
Pêra
|
Aveia
|
Batata de
qualquer maneira
|
Damasco
|
Arroz
branco
|
Flocos
de milho
|
Pêssego
|
Pão de
centeio light
|
Creme
de trigo
|
Couve
|
Grão de
centeio
|
Mel
|
Laranja
|
Batata
doce
|
Melancia
|
Ameixa
|
Suco de
frutas sem açúcar
|
Pão
branco – francês/ de forma
|
Melão
|
Ervilhas
verdes (fresca)
|
Pipoca
|
Cereja
|
Feijões
cozidos
|
Bolo
|
Brócolis
|
Kiwi
|
Torradas
|
Tomate
|
Manga
|
Cookies
|
Lentilha
|
Laranja
|
Abacaxi
|
Grão de
cevada
|
Uva
|
Beterraba
|
Espinafre
|
Suco de
maçã
|
Biscoitos
|
Cereal
all bran
|
Macarrão
|
Mandioca
|
Pepino
|
Inhame
|
Geléias
|
Repolho
|
Banana
|
Abóbora
|
Couve
flor
|
Farelo
de trigo
|
Polenta
|
Alface
|
Morango
|
Barra
de cereais
|
Pepino
|
Grão de
bico
|
Cereal
cornflakes
|
Berinjela
|
Arroz
integral
|
Manga
|
Abobrinha
|
Yakult
|
Papaia
|
Tofu e queijos
|
Massas
integrais
|
Milho
|
Pão
integral
|
Massas
de farinha branca
|
|
Chocolate
amargo
|
Aveia
|
|
Cenoura
|
Fonte: Juliana Pansardi CRN-8 3666 (nutrição esportiva)